O Perdão

A alguns – muitos, imagino – textos atrás escrevi sobre se perdoar e o quanto isso é importante para aceitarmos nossos erros e tudo o que aconteceu, aprendendo com eles e nos amadurecendo. E, hoje, participei de um jogo onde alguém deveria dizer algo que poderia ser mudado em mim. Uma amiga me dissera que eu perdoo as pessoas rápido demais, e que eu deveria pensar melhor a respeito disso. E é sobre isto que quero tentar falar nesse texto. Vamos lá...

Quando nós nos perdoamos, temos a intenção de aceitar o que aconteceu, aceitar que erramos, e tudo bem. Ao perdoarmos o próximo, também temos uma intenção bem parecida: aceitar que alguém errou contigo, e que tudo bem, todo mundo erra – até mesmo você.

As pessoas confundem a palavra “perdoar” com “quero passar por essa situação de novo” ou “quero dar uma segunda chance para pessoa vacilar comigo novamente”, como se aquilo nunca tivesse acontecido ou fosse algo normal/certo. A verdade é que não é bem assim. Muitas das vezes, perdoar não é querer de volta, assim como ter saudades de alguém que te magoou não significa, necessariamente, querer estar próximo novamente. Perdoar tem muito mais a ver com você do que com a outra pessoa. É como se livrar do peso do que aconteceu. É dizer: “ok, ele errou comigo, e tudo bem. Não quero passar por isso de novo, claro, mas devo aceitar que ele é um ser humano – assim como eu – e pode errar”.

Ficar guardando mágoa ou raiva para sempre de algo que aconteceu acaba não sendo saudável para nós mesmo, e a partir do momento que entendemos isso e resolvemos aceitar tudo da forma como foi e deixamos ir, essa carga emocional acaba se tornando mais leve, acaba se tornando mais compreensível. Além de ser uma atitude madura e empática, vai nos fazer um bem enorme. O que a pessoa vai fazer com esse perdão ou com a culpa – ou não - que ela sente em relação ao que aconteceu é outra história e tem a ver com ela.

Perdoar, assim como se perdoar, é algo libertador, é algo que te faz seguir em frente em relação a tudo o que se passou. É saber que, assim como você, outras pessoas podem errar, e tudo bem. Não que signifique dar uma segunda chance, mas é entender o que aconteceu e falar: “aconteceu, e tudo bem, porém não quero que aconteça de novo, por isso vou me afastar”. É entender que somos humanos e errar, às vezes, é algo que todos fazem. É um constante gerúndio: errando, reconhecendo nossos erros e tentando, de alguma forma, melhorar e seguir em frente. 

 


Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Afobado

O medo