A insistência sem reciprocidade

Recentemente comecei a ler um livro - 500 Dias Sem Você - e reparei em algumas frases e coisas que a autora escreveu que me identifico muito. Hoje mesmo eu li uma frase dizendo que "a gente tem que se acostumar a perder alguém antes que de se preocupar em querer mantê-lo, porque a decisão de partir não é noss", e me chamou muita atenção. Nos preocupamos tanto em fazer alguém ficar e demonstrar, ao máximo, o quão legais e merecedores do amor somos, mas nos esquecemos também de que a decisão sobre ir ou ficar na vida de alguém não é só nossa, mas sim dá pessoas que está ao seu lado também! E é sobre isso que quero falar hoje: o quanto insistimos pra alguém ficar e o quanto adiamos a decisão dela de partir ou não de nossas vida. Vamos lá!

Acho que eu - e acredito que a maioria das pessoas também - sempre tive mania de acreditar num "pra sempre" com alguma pessoa que eu julgasse ser o amor da/pra minha vida ou que me fizesse bem, mas aprendi que não é bem assim que a vida funciona. Aprendi que a decisão de ficar, como a frase do livro diz, não é só nossa. Temos mania de querer martelar a ideia utópica do "pra sempre" em qualquer relação que temos com alguém - não que isso seja uma problema, claro, mas lembre-se: essa idealização é somente sua, não culpe o outro pelas expectativas que você mesmo criou -, e acabamos nos decepcionando assim que ele acaba, já que essa ideia talvez não exista. Às vezes ele dura uma semana, dois dias, 1 segundo. O "pra sempre" é enquanto vale a pena, enquanto faz bem. Como dizem: "que seja amor enquanto cure" ou "que seja eterno enquanto dure", não importando o tempo. Tudo acaba. Tudo tem um começo, meio e fim. E tudo bem!

Por mais que a gente insista pra alguém permanecer ao nosso lado, por mais que a gente peça o famoso "tempo" e adie a decisão da pessoa ir ou ficar, isso continua sendo algo que ela vai decidir. Independente do que você ofereça em troca ou do quanto você insista, um dia a gente entende que não tem como manter alguém em nossa vida contra sua própria vontade, senão todas as boas intenções se tornam invasão, dependência. E isso não é amor, é a falta dele, mas por si próprio. Então, às vezes, precisamos aceitar os términos, aceitar a decisão da outra pessoa de seguir em frente e seguir também, entende? Às vezes, por mais difícil que seja, temos que nos afastar e deixar a pessoa ir. E por mais que ainda exista amor, temos que escolher a nós primeiro porque pior do que a ausência é a insistência sem reciprocidade, é insistir em algo que talvez não dependa somente da sua decisão e do seu amor.

E a conclusão de tudo isso é: sim, precisamos estar ciente que tudo um dia acaba. Que tudo começa, dura e termina. Tudo é do jeito que tem que ser.. E esse "estar ciente" é o que nos motiva a aproveitar e viver o que tivermos que viver ao lado de alguém que amamos, antes que chegue ao fim. E quando acabar, poder olhar pra tudo o que passou e: eu vivi tudo isso, aproveitei, fui verdadeiro comigo mesmo e com a pessoa que estava ao meu lado. E isso é o que importa...

Não é quanto tempo você tem ou o quanto dure, mas sim como você usou esse tempo e o quão verdadeiro você foi com a pessoa e consigo mesmo no decorrer dele, antes do fim.

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