Deixar ir

 Sei que ultimamente ando meio desaparecido dessa belo canto que é meu blog, mas juro que tenho muitos motivos para isso e, inclusive, um deles pode até se tornar um tema para um texto. O dias têm sido tão corridos ultimamente: escola voltando ao normal, revendo novas pessoas e outras já conhecidas e que há um tempo eu não via. Tenho tentado equilibrar as coisas de uma forma que elas me façam bem ou pelo menos sejam toleráveis pra mim, mas se tem uma coisa que aprendi é que há muitas coisas que fogem do nosso controle e não temos muito o que fazer, a não ser arrumar um jeito de lidar com tudo isso, e é sobre isso que quero falar aqui. 

Já passei por muitas situações complicadas, e elas me fizeram perceber muitas coisas, sabe? Uma das coisas mais horríveis que já me aconteceram é ter me sentido mal por ser ignorado, ser deixado de lado ou tratado como indiferente por alguém. Tudo isso gera uma sensação de desânimo muito grande, além de uma baita insegurança ou um sentimento de insuficiência que nos leva a nos perguntarmos: o que é que estou fazendo de errado? a culpa é minha? Acredite, às vezes não é. Chega uma hora que as coisas perdem o sentido, as pessoas se afastam e vão embora, o café esfria e já não fica tão bom, o sol se esconde e a chuva acaba com todos os planos que foram criados para o resto do dia. Chega uma hora que, não importa o quanto tentemos segurar ou agarrar algo, ele já se foi há muito tempo, só não queremos aceitar isso. É muito difícil manter algo ou alguém em nossa vida quando não há vontade de ficar. É desgastante tentar mudar ou sustentar algo que deveria ser tão bem mais simples, e, quando não conseguimos, nos sentimos tão mal. 

Queria tanto que uma amizade importante durasse para sempre, queria tanto que o pôr do sol ficasse no céu por mais um tempo para poder ser admirado, queria que as coisas fossem mais fáceis e as pessoas fossem mais delicadas em sua forma de agir e tratar outras. As coisas, porém, uma hora ou outra acabam, a gente querendo ou não. Chega uma hora que histórias não merecem mais uma vírgula ou reticências, e sim um ponto final. Por mais que amemos, por mais que doa demais - e como dói -, por mais que um dia tenha nos feito bem, às vezes precisamos perceber que as coisas já não fazem mais sentido como antes, que não temos mais espaço na vida de alguém e que precisamos encerrar laços para podermos nos sentirmos melhor.

Temos mania de acreditar que as coisas vão acabar voltando ao normal uma hora ou outra, mas essa esperança nos custa demais e, por vezes, dói. Temos mania de querer carregar algo sozinho, quando deveria ser carregado a dois. Temos mania de mantermos algo ou uma ideia ruim, pois, há muito tempo atrás, já foi algo bom e não vai voltar a ser como era. Insistir é algo muito valioso, mas saber aceitar que já não tem volta e que devemos seguir em frente é tão importante quanto. Nenhum relacionamento deveria custar nossa saúde mental e, acredite, muitas vezes, deixar ir é bem menos doloroso do que a tortura de persistir em algo que já não existe mais. 


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